A luz é a água da rosa. Branca numa jarra, desbrocha para a sala pondo a natureza na casa. E eis que caem as pétalas uma a uma. Termina o instante da rosa.
Levava eu um jarrinho P'ra ir buscar vinho Levava um tostão P'ra comprar pão: E levava uma fita Para ir bonita.
Correu atrás De mim um rapaz: Foi o jarro p'ra o chão, Perdi o tostão, Rasgou-se-me a fita... Vejam que desdita!
Se eu não levasse um jarrinho, Nem fosse buscar vinho, Nem trouxesse uma fita Pra ir bonita, Nem corresse atrás De mim um rapaz Para ver o que eu fazia, Nada disto acontecia.
Levava eu um jarrinho P'ra ir buscar vinho Levava um tostão P'ra comprar pão: E levava uma fita Para ir bonita. Correu atrás De mim um rapaz: Foi o jarro p'ra o chão, Perdi o tostão, Rasgou-se-me a fita... Vejam que desdita!
Se eu não levasse um jarrinho, Nem fosse buscar vinho, Nem trouxesse uma fita Pra ir bonita, Nem corresse atrás De mim um rapaz Para ver o que eu fazia, Nada disto acontecia.
A escrita é uma costura de pensamentos, bainhas bem alinhadas, vincos só nos sítios próprios. Mas nenhuma peça de costura tem só o lado de fora, e sem o avesso e o que por lá vá não haveria bordados nem fantasias. Tal como na escrita, onde é preciso revirar para encontrar a arte do ponto. Maria Lúcia Lepecki